segunda-feira, 30 de julho de 2012

LONGE


T.J.
Acendo um cigarro
e ponho-me a olhar
as  casas que se elevam pela encosta...
Longe,
o sol morre numa lagoa de sangue...
Meus sonhos, tornam-se em nada,
minhas ambições nunca passaram de planos,
meus enlevos de amor, nunca passaram de ânsias.

Teresa

sexta-feira, 27 de julho de 2012

PENSAMENTO


T.J.

Vai sempre longe o pensamento...
Foje, corre
e na corrida quantas vezes cai no abismo.
Quantas outras sobe à lua?
Não pára por um segundo.
Não dá tréguas.
Cansa, agríde, fere bem fundo,
ou beija , afaga e adoça a vida!

Mas volta sempre...
E quando volta não traz
senão a certeza que nos deixa,
sem sossego, sem pausa, sem paz...


Teresa.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

PALAVRAS

T.J.

Onde estão as palavras  que não chegam?
Espero-as em vão - levou-as o tempo,
o tempo em que as sabia!
Agora, tal como ele, tambem elas não voltam...

Teresa

segunda-feira, 23 de julho de 2012

QUEM SOU EU?

T.J.
Quem sou eu?
Pequena coisa.
Sigo singelo caminho.
Não dou ao mundo grandeza,
não peço nem me dão atenção.
Não mostro nem talento, nem beleza.
O que sou eu então?

Sou,
passaro sem canto,
sou mais um na natureza.
Fonte que mata a sede, no entanto
da sua agua, ninguem fala da pureza.

Sou,
praia, sou campo, sou vida.
Sou,
estranha coisa perdida
num mundo de faz de conta,
onde o que conta,
são adulações, prazeres,
bons nomes, maus amores,
aparências e favores.


Teresa

sábado, 21 de julho de 2012

PUDERA

T.J.
Pudera eu deixar escorrer no rosto
a lágrima que já não consigo chorar.

Molhar a terra estéril
onde narcisos votassem a florir.
Sentir na alma o aconchego do sol posto.
Deixar que o brilho da lua iluminasse
o caminho que já não consigo enxergar.

Pudera eu sentir-me nuvem
Flutuar pela imensidão, no eter
ate ao sonho!

Pudera eu sentir a paz, voar.

Pudera, Pudera...

Teresa

sexta-feira, 20 de julho de 2012

SONHOS

T.J.
Afoguei-me nas aguas onde nasceram os meus sonhos!
Embalei-os numa teia frágil,
feita de intenções,
adornada com a mais doce esperança,
e bordada a fios de incertezas...

Não passaram de crianças.
Foram esfacelados pela vida,
amarrotados na sua aspereza.
A pouco e pouco definharam.
 Morreram.!

Amortalhei-os a todos e a mortalha que os levou,
foi a mesma com que os embalei.

Voltei a afogar-me...
Só que agora já não sonho!!!

Teresa

quinta-feira, 19 de julho de 2012

SOU

T.J.
Sou
Ninguem!
Talvez só a lua e eu
sejamos
o que nesta hora somos...
ESCOMBROS,
contemplando-nos mutuamente.

Teresa.