T.J.
Se não existisse poesia.
Se em nossas vidas não existisse o silênco
para deixar voar a alma nua
através da orbita do pensamento,
seríamos como esqueletos de mariposas
gastando a vida num casulo cego.
Se não podessemos derramar
o licor sedento da nostalgia,
no cálice de cristal do sentimento,
seríamos crianças sem peito
onde saciar a fome.
Se se calasse o suspiro
e o guardassemos em gavetas de ideias moribundas,
melhor fora não termos nascido.
Se as palavras não vagueassem
pelas veredas do alfabeto, entre brumas
na estrada alucinada das ideias,
não encontraríamos a cordenada perfeita
para chegar ao cume do sentimento,
que nos deixa guardar em lembranças nostalgicas
a dor das horas passadas.
Se não fosse porque existem almas gêmeas
que compartilham em comunhão
a tertulia da vida
seria impossível empreender a viagem,
imaginária,
num barco de papel até ao oceano infinito
onde se eternizam momentos.
Teresa